Músicas que são lembranças de viagens

Todo mundo tem boas lembranças associadas a músicas; não é nenhuma novidade. Com nossas viagens não é nada diferente: das recordações gostosas que guardamos, vez ou outra entram algumas músicas na mala de volta. Ficam associadas a lugares ou a momentos e sempre nos despertam sorrisos ao rosto e flashes dos acontecimentos que marcaram nossas experiências .

Mas não é regra. Tem viagem com mais de uma música “registrada”. Tem viagem que não tem nenhuma. Tem música atemporal, por motivo nenhum. Tem música que entrou pra lista porque tocava o tempo todo. Às vezes, tem a ver com um lugar específico; outras, com uma viagem inteira. E existem também as onipresentes.

Algumas representam bem o que as viagens significam pra gente: descobertas que se tornam parte da nossa vida dali pra frente. É tão maravilhoso se deparar com um artista que você nunca tinha ouvido falar e ele, literalmente, entrar pra sua lista de favoritos dali em diante. Foi assim com (Sixto) Rodriguez, que nos encantou tanto quanto a Bélgica e agora não sai das nossas playlists.

Essas músicas também mostram a salada de inspiração que tomou conta da gente. É uma miscelânea de estilos e de associações que surpreendem até nossa própria avaliação. Qual a lógica de Calle 13 nos lembrar da Malásia, Enrique Iglesias estar associado à Turquia e  Daft Punk, à Indonésia? Pois assim é nossa vida. Um quebra-cabeça em constante montagem, com pecinhas vindo de todos os cantos.

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Fazendo essa lista,  percebemos o tanto de música latina que nos rodeia, mesmo sem nos darmos conta no dia a dia. Ou seja, surpresa mais uma vez. Apareceram (e se tornaram especiais) até no outro lado do mundo! E o resultado disso tudo é uma verdadeira miscelânea cultural, bem do jeito que gostamos…

Como nunca sabemos o que vai nos surpreender no(s) próximo(s) destino(s), esse post que resgata a história de cada música da nossa playlist se manterá em construção infinita, com novidades que surgirem a cada nova viagem. Foi montada em ordem cronológica, desde que adotamos nossa #vidawireless. E não tem nenhuma mais ou menos especial que outra.

Além de curiosidade, esperamos que você descubra algum artista que não conhecia até então. E que se jogue na vibe boa de cada um deles, como costumamos fazer. Ah! E se depois lembrar da gente ouvindo qualquer uma, o trabalhão de montar essa lista terá valido a pena. 🙂

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This Girl (Kungs vs Cookin’ on 3 Burners)

  • Onde: Alemanha e Áustria
  • Quando: novembro e dezembro de 2016

Foram 31 dias de viagem, uns 4 mil quilômetros rodados de carro e pelo menos 1 execução diária de This Girl – na real, ouvíamos de 2 a 3 vezes por dia. Seu climinho gostoso combinava muito bem com o espírito da road trip, percorrendo lugares incríveis até então desconhecidos. Sol, neve, castelos, casinhas coloridas, campos verdes a perder de vista, árvores laranjadas e vermelhas do outono… Tudo era motivo de deslumbre e, claro, os olhos sorriam tanto quanto os lábios depois de cada curva e mais uma surpresa. Coincide ou não com o ritmo da música?

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Human (Rag’n’Bone Man)

  • Onde: Áustria
  • Quando: novembro de 2016

Taí música que toca uma vez e faz a gente ligar correndo o Shazam para descobrir de onde/ de quem/ por que veio. Linda, impactante, marcante! Não à toa (e também por conta do seu lançamento) não parava de tocar no carro e entrou pra trilha sonora da road trip, sempre em volume alto. Foi muito mais constante nas rádios austríacas, mas também apareceu em terras alemãs. O engraçado é que, antes de vermos o clip, a imagem que fazíamos do cantor Rag’n’Bone com tal vozeirão era totalmente diferente – mais pra um caricato cantor de jazz, americano mais velho, que um artista inglês indie alternativo, cheio de tatuagens e piercings.

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Don’t You Know (Kungs ft. Jamie N Commons)

  • Onde: Alemanha
  • Quando: novembro de 2016

Também de lançamento fresco (junho de 2016), a música do produtor + DJ francês Kungs (outra vez!) com o cantor britânico Jamie N Commons foi onipresente nas rádios alemãs. Estação após estação, lá estava a dançante Don’t You Know forçando entrada na playlist da viagem pelo interior da Alemanha. De tanto que apareceu, ficou marcada e deixou lembranças…

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Vivir mi Vida (Marc Anthony)

  • Onde: Beijing (China)
  • Quando: março e abril de 2016

O que uma música latina de 2012 tem a ver com a viagem à China quatro anos depois? Pois é… Mais uma daquelas surpresas gostosas de quem se joga no mundo das experiências. A explicação é que, no hotel onde nos hospedamos em Beijing, RJ Brown Hotel, havia um grupo de “latinos”: dois irmãos peruanos, dois espanhóis e um mexicano, além de nós, brasileiros. Na primeira noite ali, ao chegarmos para jantar no bar/restaurante, a turma já estava reunida. Nos juntamos à ela. Para começarem a “bailar” Vivir mi Vida foi um pulo. Foram horas bem animadas, um pouco antes da minha internação por 11 dias, que contei aqui.

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Nine Million Bicycles (Katie Melua)

  • Onde: Beijing (China)
  • Quando: março e abril de 2016

É isso: duas músicas marcaram a passagem por Beijing. A animada Vivir mi Vida aí de cima e a um pouco dramática Nine Million Bicycles, de 2005, interpretada pela (britânico-georgiana) Katie Mulea. Por que é especial? Por falar de Beijing, das bicicletas chinesas (que amamos ver) e por tocar diariamente no restaurante do hotel RJ Brown Hotel, onde geralmente o Adriano almoçava durante as pausas do hospital. Tem um quê de melancolia, por lembrar os dias difíceis de internação, mas também traz uma leveza à alma, por termos ouvido-a várias vezes juntos, assim que voltei para o hotel, depois de ter passado a fase crítica do tratamento.

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Cheerleader (Omi)

  • Onde: Miami (Estados Unidos)
  • Quando: julho de 2015

A música superanimada não parava de tocar no rádio do carro, nos shoppings e nos lugares que visitamos em Miami. Também representa bem o clima do grupo da viagem, na segunda #vidawireless tamanho família: além de nós, estavam os filhos/enteados e nossas mães, conhecendo a cidade mais brasileira dos Estados Unidos. Cada passeio era sempre uma aventura e, no fim da viagem, Cheerleader tornou-se símbolo da animação em grupo.

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Sugar Man (Rodriguez)

  • Onde: Bruxelas (Bélgica)
  • Quando: abril e maio de 2015

Bem tarde da noite, o Uber estaciona em frente a um prédio antigo, em Bruxelas. Dentro do apartamento, alguns andares (só na escada) acima, o casal proprietário nos aguarda. Abrem a porta, se apresentam e ligam o CD (!!!) que ecoa pelo apartamento de 1904. Sixto Rodriguez invadiu a sala com pé-direito gigante, a viagem e a nossa vida, sem nenhum exagero. Foi paixão à primeira “audição”. Sugar Man só abriu o caminho para o repertório e para a história incrível desse cara (recomendamos fortemente o documentário Searching for Sugar Man).

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Budapest (George Ezra)

  • Onde: Las Vegas (Estados Unidos)
  • Quando: março de 2015

Na época da viagem, a música não era nenhuma novidade (tinha sido lançada quase 1 ano e meio antes). Mesmo assim, tocava em tudo que é canto de Las Vegas. O sotaque britânico ganhou versão “glaucileniana”: “I’d leave it all” virou “a di bi dou”. E a música não saiu mais da cabeça. Chiclete mesmo!

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Take Me To Church (Hozier)

  • Onde: Las Vegas (Estados Unidos)
  • Quando: março de 2015

Mais uma onipresente: pelas ruas de Las Vegas, no carro e nos hotéis megalomaníacos, essa música também surgia o tempo todo. Acabou ganhando carimbo de recordação da viagem.

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Lean On (Major Lazer & DJ Snake)

  • Onde: Croácia, Montenegro e Bósnia e Herzegovina
  • Quando: maio e junho de 2015

Ok, o clima indiano do clipe não tem nada a ver com os países europeus, mas a viagem coincidiu com o lançamento da música, que tocava sem parar em todas as rádios. Mas a verdade é que a batida gostosa da música combinava perfeitamente com o clima delicioso das praias e os dias incríveis de sol que encontramos por aquela região.

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Stolen Dance (Milky Chance)

  • Onde: Croácia, Montenegro e Bósnia e Herzegovina
  • Quando: maio e junho de 2015

Se tem algo que gostamos de fazer é sair sem rumo definido, dentro de um carro, conhecendo algum lugar novo, preferencialmente margeando o mar. Na Cróacia, em Montenegro e na Bósnia e Herzegovina, numa viagem feita em grande parte pelas estradas da região, essa música justificava o volume mais alto toda vez que nos deparávamos com cenários incríveis – ou seja, quase o tempo todo.

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Propuesta Indecente (Romeo Santos)

  • Onde: Curaçao
  • Quando: abril e maio de 2015

Meio óbvio uma viagem ao Caribe ter pelo menos uma música latina que grudasse na cabeça, certo? Pois é essa aí. No rádio do carro, no churrasco (dos outros) na praia, no sistema de som do supermercado, só dava a “proposta indecente” do cantor americano de pai dominicano e mãe porto-riquenha.

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Travesuras (Nicky Jam)

  • Onde: Cartagena (Colômbia)
  • Quando: agosto de 2014

Outra obviedade: reggaeton + Caribe colombiano. Cartagena já é uma cidade que tem música para todo lado, dos ônibus de turistas que parecem baladas ambulantes (a qualquer hora do dia) aos bares nas redondezas da cidade velha. Não é de se estranhar que a música tenha vindo na mala de volta também.

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Limbo (Daddy Yankee)

  • Onde: Cartagena (Colômbia)
  • Quando: agosto de 2014

Mais Cartagena das Índias, mais reggaeton. A música-chiclete do cantor porto-riquenho também podia ser ouvida a quadras de distância dos ônibus animados de turistas, nas praias e nos bares. E combinava com o clima da cidade.

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Bailando (Enrique Iglesias & Sean Paul, Descemer Bueno e Gente De Zona)

  • Onde: Turquia
  • Quando: junho e julho de 2014

Mais uma daquelas coincidências em que uma música é lançada e estoura no país visitado. Bailando é do finzinho de abril de 2014. Chegamos à Turquia um mês e meio depois e só se ouvia Enrique Iglesias nos bares, ruas, rádio do carro… Tudo! E por lá, o que rolava era a versão espanhola-inglesa mesmo, em parceria com o jamaicano Sean Paul e os cubanos Descemer Bueno e Gente de Zona.

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Happy (Pharrell Williams)

  • Onde: Orlando (Estados Unidos)
  • Quando: março de 2014

Happy foi lançada 6 meses antes da viagem aos Estados Unidos, mas foi ouvida pelo menos 357 vezes durante os 10 dias que visitamos Orlando. E se, estando sozinho, a música já dá aquela animada na vida, imagine com quatro pessoas (marido, dois filhos, madrasta) dentro de um carro, curtindo uma das viagens mais divertidas da #vidawireless, em versão família? Pois é! Certeza de que quem estava por perto também ouvia nosso coro e nossas palminhas…

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Latinoamérica (Calle 13 & Totó la Momposina, Susana Baca e Maria Rita)

  • Onde: Perhentian Islands (Malásia)
  • Quando: maio de 2013

Algumas músicas se tornam muito, muito especiais mesmo – pelas circunstâncias, pela mensagem, pelo desenrolar dos fatos. Adiamos várias vezes o curso para aprender a mergulhar. Havia o desejo constante, mas nada planejado. Até que caímos nesse paraíso e tudo aconteceu perfeitamente. Foram 3 dias intensos de estudo, de mergulhos maravilhosos, de experiências que nunca vamos esquecer e de uma clima muito agradável. Nossa “formatura” coincidiu com a despedida de um dos professores. Teve churrasco à moda malaia, cerveja, nosso batismo como mergulhadores numa noite bem quente, muito reggaeton para o grupo inusitado (Malásia, Argentina, Espanha, República Tcheca e Brasil) e teve Calle 13, desconhecido até então (i know… shame!). Virou hino do grupo dos que falavam espanhol, perdido naquele pedaço de mundo. De quebra, a descoberta nos levou a outra música de Calle 13 que marcou fortemente nossa história, La Vuelta Al Mundo, tão poderosa que (nos) emociona sempre.

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Get Lucky (Daft Punk, Pharrell Williams, Nile Rodgers)

  • Onde: Gili Trawangan (Indonésia)
  • Quando: maio de 2013

Quem visita Gili Trawangan, a mais “festeira” das três ilhas Gili, na Indonésia, sabe que tem festa toda noite. Na baixa temporada, com menos turistas, rola um rodízio: na segunda a balada é no bar X; na terça-feira, no Y; na quarta-feira no Z e assim por diante. E claro que todo mundo se reúne nesses mesmos lugares. Get Lucky tinha sido lançada no fim de abril e foi tocada religiosamente todas as noites por ali. Os europeus e americanos que dominavam Trawangan se acabavam quando a música rolava.

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Darte un Beso  (Prince Royce)

  • Onde: República Dominicana
  • Quando: dezembro de 2013 e janeiro de 2014

República Dominicana foi, oficialmente, a primeira viagem da nossa #vidawireless, logo após o marido pedir demissão para investirmos no nosso projeto antigo e na nossa própria agência. Os dias anteriores tinham sido de muito trabalho, cansativos, quase sem folga. Optamos por descobrir como era se hospedar em um all-inclusive. A ordem era só descansar. E aí entra Prince Royce, unanimidade em quase todos os alto-falantes do resort, dos restaurantes, dos bares de praia, das piscinas… Da manhã à noite, foi a música mais tocada (e cantada). Entrou pra lista, é claro!

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Bônus 1: Danza Kuduro (Don Omar & Lucenzo)

  • Onde: todo lugar
  • Quando: desde 2013

Se o ritmo latino nos acompanha mais do que imaginávamos, taí uma música que foi muito além desse canto de mundo. Na Europa, nos Estados Unidos, na Ásia… Difícil dizer onde Danza Kuduro “não” foi ouvida. E em qualquer lugar, é sempre igual, com muita gente caindo na dança. Impossível ficar de fora da lista das músicas que marcaram nossas viagens.

Bônus 2: Sugar (Maroon 5)

  • Onde: todo lugar
  • Quando: desde 2014

Marron 5 tem participação nas nossas andanças desde antes da #vidawireless (Misery, por exemplo, ficou associada a Saint Martin/Sint Maarten, a ilha holandesa-francesa visitada em setembro de 2012, quando ainda éramos empregados no mercado tradicional). Mas Sugar, gravada em 2014, é certamente a música mais tocada da banda do lindo do Adam Levine. Ásia, Europa, Estados Unidos, América do Sul… Ela está sempre presente!

(foto: Sébastien Gagnon, flickr, creative common)

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