O dia em que fui parar num hospital na China

A lembrança da noite anterior no bar do RJ Brown Hotel foi a desculpa para o primeiro sinal de inchaço na perna direita. Tinha sido divertido o encontro “latino” entre nós, brasileiros, dois irmãos peruanos, um mexicano e dois espanhóis, mais dois chineses. “Foram as duas canecas de chope; não estou mais acostumada a beber”, acreditei.

15 de março de 2016, terça-feira. Era o segundo dia em Beijing, meu e do marido Adriano, quase três semanas depois de colocarmos os pés na China e já termos percorrido Macau, Guilin, Yangshuo, Zhangjiajie e Xian. Ali ficaríamos mais 5 dias, antes de seguirmos para Shangai. Fechando a quarta viagem dos últimos seis meses para a Ásia, ainda teríamos mais duas semanas no Japão.

Não havia muito tempo para conhecer a capital chinesa. O ritmo deveria ser intenso para visitar todos os lugares de interesse e dar conta do trabalho remoto. O primeiro passeio, o Templo do Céu (Temple of Heaven), perto do hotel, deu mostras que não seria tarefa fácil com a perna inchada.

O roteiro foi interrompido por uma tarde na cama com os pés para cima. Dia seguinte, 16 de março, a perna estava menos inchada ao acordar. Roteiro retomado. Seria a vez das aguardadas Praça da Paz Celestial (Tiananmen Square) e Cidade Proibida (Forbidden City). Andamos, andamos e andamos.

Tudo na China é grande, é distante e, não bastasse isso, naqueles dias o trânsito tinha restrições por conta de um encontro de governantes de províncias. O Uber não chegava perto dos portões de acesso.

Já havíamos percorrido uns 5 km e o inchaço na perna direita era visível. Mais que o dobro do tamanho da esquerda. A dor na parte de trás dos joelhos também começava a ser sentida. O alarme soou.

Voltamos para o hotel, mais cama e pernas para cima por horas e a promessa de procurar um médico na manhã seguinte, se não melhorasse. Não melhorou. Até o retorno do seguro de saúde, indicando qual clínica deveríamos procurar, foi-se boa parte do terceiro dia.

Eram quase 16 horas da quinta-feira quando chegamos ao International Medical Center – Beijing, clínica bonita, bem arrumada, especializada em receber estrangeiros. A médica era jovem, calma, com inglês fluente… Um doce!

Ouviu o histórico e encaminhou para um exame ultrassom. Na outra sala, ficamos eu e uma médica mais velha, zero inglês. O barulhinho das teclas de marcação de algo visto na tela era o que quebrava o silêncio.

Fim do exame, a mais velha descreve para a mais jovem o que encontrou. A senhorinha olhava para mim, pendia a cabeça para o lado, abria os braços e depois cruzava as mãos, num movimento que lembrava Roberto Carlos em seus shows. A tradução do chinês-inglês veio junto com um baque e as primeiras lágrimas: trombose.

Treze anos depois, lá estava eu me encontrando com ela novamente. A primeira vez, aos 27 anos, já tinha sido algo muito fora da curva. Agora, tanto tempo depois, às vésperas dos 40 anos, num país tão distante, tão diferente de tudo que estávamos acostumados, era algo totalmente impensável.

Exames de sangue complementares, tensão no ar, esperas e a orientação firme da médica para seguirmos diretamente para o hospital – o melhor do país, segundo ela. O tratamento deveria começar logo, porque não era um trombo tão pequeno.

Como nem tudo na China é fácil e perto, chegar ao Peking Union Medical College Hospital não foi tarefa tranquila. O aplicativo do Uber não funcionou, os concierges da clínica mal entendiam o inglês, o trânsito congestionou, a comunicação com o taxista não existiu e, depois de andar quase 1 km (literalmente a passos de tartaruga), alcançamos a recepção da ala internacional do hospital. Coisa de 21 horas já.

Em hospital-escola, é óbvio, o primeiro atendimento é com residentes. Foram dois os que me avaliaram. Conversam aqui, perguntam ali, olham exames da clínica, ligam para o médico “sênior” e, depois de quase me liberarem para voltar ao hotel, veio a orientação para passar a noite sob avaliação. “Talvez sejam uns 2 ou 3 dias”, comentaram.

Mais de 22h30 e já estava acomodada na última maca daquela sala grande, com cortinas de tecido separando a área para três pacientes. Havia também uma poltrona que virava cama para o acompanhante, mais dois armários pequenos, uma cadeira e uma mesinha. Só.

A “casa” durante 11 dias

Não havia roupa de cama. Antes de chegarmos, um plástico protegia o colchão de tecido grosso (descobri que eles “lavam” o colchão a cada troca de paciente). Pra completar, equipamentos hospitalares modernosos e um banheiro de uso comum da sala – sem chuveiro.

Fome. Pelo horário, a opção era recorrer à rua, pois o hospital não fornecia refeição (depois soube que disponibilizavam, sim, contratada à parte, mas achei melhor evitar; os temperos chineses não me conquistaram). Sem conhecer a região, o jantar veio do McDonald’s.

Tem coisa mais estranha que estar internada e encarar um hambúrguer superprocessado? Tem. E muitas…

Ter que pagar previamente por tudo – das injeções de heparina e o remédio para dor de cabeça à visita do médico, por exemplo. Teríamos que arcar com as despesas integralmente, para posterior reembolso do seguro de saúde.

As visitas à tesouraria eram constantes, até descobrimos o modo “hospital pré-pago”, com depósitos de quantias maiores, dos quais eram descontados os procedimentos e remédios. Se a grana estava perto de acabar, aparecia uma enfermeira avisando que era necessário um novo depósito.

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Fotos para a família, que acompanhava tudo pelo WhatsApp

A primeira noite foi até tranquila, depois de tentar acalmar a família, a 18 mil km de distância e 11 horas de diferença no fuso horário (tarefa difícil, essa). O sossego, claro, acabou às 6 da manhã, com os primeiros monitoramentos do dia – ainda não entendo por que a rotina nos hospitais começa tão cedo. E o que seria uma só noite de avaliação virou mais uma. E mais outra.

A cada dia, um médico novo. Diferente do Brasil, lá não há um responsável por paciente. Todo mundo cuida de todo mundo. Aí, às vezes, precisava repetir todo o histórico pra uma cara nova. Alguns já sabiam do caso, o que adiantava o processo. Outros, não. Era imprevisível, assim como era uma loteria saber se quem viria tinha um bom inglês ou tropeçava nas palavras.

Estar num país distante, sem muita gente conhecida, é sempre uma surpresa. Algumas bem boas. Receber flores do pessoal do hotel, por exemplo, é daquelas situações que enchem o coração de alegria. Descobrir brasileiro residente em Beijing, amigo da amiga da amiga da mãe, que te liga e te oferece qualquer ajuda necessária, ali noutro lado do mundo, também faz a situação ficar menos ruim.

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Flores do staff do RJ Brown Hotel

Enquanto isso, o corpo reagia. Não necessariamente no melhor dos sentidos. As dores na altura da costela, lado esquerdo, incomodavam bastante. “Ah, é por ficar o tempo todo deitada, né?”. Poderia ser…

Os médicos tinham solicitado exames. Muitos. Dentre eles, duas tomografias bem caras, que nem o limite do cartão de crédito cobriria. O jeito era ter garantia que o seguro de saúde reembolsaria. E dá-lhe paciência para os infinitos telefonemas.

Na domingo, bem tarde da noite, tive falta de ar. Ou imaginei ter. Não sei. Quando se está num hospital, as coisas ficam confusas. Reclamei com o marido, que chamou a enfermeira, que chamou a médica plantonista. Imaginei-a sendo acordada no quarto de descanso de Grey’s Anatomy.

Não sei quanto saiu a brincadeira, porque cada visita de um médico custava caro. Mas eu estava com medo. E com falta de ar. Às vezes ficava em dúvida. Só sei que me deram oxigênio. E remédio. E dormi bem aquela noite.

No dia anterior, tarde do sábado na China, havíamos conseguido a garantia formal do seguro que cobririam as tomografias solicitadas na internação. Pausa para mais um “detalhe”: o funcionário do hospital havia informado o valor errado, quatro vezes maior que o real, e o exame foi protelado por causa desse “pequeno” erro.

Mas fim de semana não aconteciam exames do tipo. A alternativa era esperar a manhã da segunda-feira, quarto dia de internação.

As noites também eram sempre uma incógnita. Como estávamos numa sala de “observação de emergência”, era comum o entra e sai de pacientes que ficavam pouco tempo e seguiam a vida.

Quem mais esteve ali, além de mim, foi uma chinesa muito magra, que deveria estar com problemas renais ou algo do gênero, pois gemia alto noites adentro (foram duas). O marido dela (ou seria pai?) dormia tanto que até seu ronco incomodava… Não estava nem aí para o drama da mulher. De resto, alguns poucos estrangeiros e outros chineses com grana – a ala internacional também era uma ala particular do hospital.

Veio o início de semana e, com ele, o caos. A enfermeira apareceu no quarto bem cedo (porque elas só apareciam para checagem de rotina, trazer remédio e olhar minha perna, em grupos como os dos internos [de novo] de Grey’s Anatomy. Levei bronca: apesar do jejum de comida, tomei água, o que não poderia ter feito. As tomografias foram mantidas, mesmo assim.

Com edredom até no pescoço (o frio nos corredores do hospital era quase sinistro), seguimos para uma outra parte do hospital, Adriano empurrando a maca – é óbvio que a enfermeira apenas indicava o caminho. Deitada, eu só ouvia vozes e via rostos infinitos passando rapidamente. E sentia sono, por conta da noite mal dormida (dessa vez, a culpa foi de outro paciente e sua família que chegaram por volta da 1 hora, ficaram até umas 3 e agiram o tempo todo como se não fosse madrugada).

A espera no corredor foi tão grande que dormi. Não sei por quanto tempo, mas tenho certeza de que demorou. A sensação era que tínhamos sido esquecidos ali, no meio da muvuca – um monte de chinês falando sem parar, mexendo em fichas sobre uma bancada. Até que reapareceu a enfermeira de roupa azul, com sua capa e seu quepe que me lembravam as icônicas comissárias da Pan Am.

O que me recordo das horas seguinte é meio confuso. Entro na sala, bem grande, totalmente branca. Equipamento enorme, modernoso. A funcionária que me recebe fica agitada ao passar as explicações – ela não sabe se a máquina daria as instruções em inglês e eu deveria parar de respirar sempre que aparecesse um bonequinho com a boca fechada.

Exame rápido, indolor. Nenhum efeito colateral da combinação contraste + água consumida indevidamente (ufa!). Tudo muito tranquilo, fui dispensada na sequência. Tão tranquilo que estranhei o marido me dizer “Fica calma” três vezes seguidas enquanto empurrava a maca para o quarto, sem olhar pra mim ou parecer ouvir minhas respostas de “Estou bem”.

– “Aconteceu alguma coisa?”, perguntei, imaginando que a equipe tivesse errado a dose de contraste, feito algo estranho durante o procedimento ou se era só irritação com o pessoal mesmo.
– “Sim.”.
– “O que????”
– “Deu embolia. Mas fica calma.”

Foram uns 5 segundos até entender a resposta. Veio uma leve tontura. E choro. Um choro meio inconsciente ainda, pra ser sincera. “Uma embolia? Onde? Como assim? O que significa? Eu vou morrer? Eu não quero morrer!” Choro. Medo.

O baque não havia sido só meu. Na sala dos computadores, o marido percebeu que a técnica que havia me passado as instruções estava ainda mais agitada. Perguntou se tinha algo de errado.

“Yes, embolism”, respondeu assim, na lata. A cara de choque do Adriano foi interpretada por ela como se não tivesse entendido que constataram um embolismo. Por isso, escreveu num papel a palavra “embolism” e a exibiu com a mão esticada, perto dos olhos dele.

O exame havia terminado. Eu poderia voltar ao quarto. Tudo isso não deve ter demorado mais que 1 minuto.

De novo na sala de observação (vulgo meu quarto), alguns poucos momentos de calma. Até o choro voltar e começar tudo de novo. “Uma embolia? Onde? Como assim? O que significa? Eu vou morrer? Eu não quero morrer!”

As enfermeiras não tinham informações para passar. O médico do dia ainda não havia chegado – viria dali a umas 2 horas. “E o tratamento? Temos que avisar minha família. Mas é madrugada no Brasil. Eu não vou conseguir falar sem chorar; você fala. Não, vai ser pior; vão achar que a situação é ainda mais grave. Será que o médico já está chegando? Eu estou com medo.” Choro. Mãos apertadas. Abraços. Um certo desespero, confesso.

A incerteza da gravidade, a falta de informação e de orientação, as dúvidas sobre tratamento e sobre o futuro em si eram uma tortura. “Ficarei com sequelas? Terei vida normal de novo? Quanto mais tempo precisarei ficar aqui?”

Foram as 3 horas mais angustiantes de uma vida inteira, até o médico chegar. Justo aquele que não tinha o inglês na ponta da língua. Nós, com milhares de perguntas, e ele só respondendo It don’t (sic) matter”. Ali, com o médico dando mais importância à trombose do que à embolia, dizendo que o tratamento já era o que estava sendo feito (injeções de heparina, duas vezes ao dia), mesmo com a comunicação capenga, começamos a nos acalmar.

Até avisar a família, deu tempo de ler vários artigos no Google, entender que as embolias podem ser leves, moderadas ou muito sérias (quando levam à morte), e que o tratamento estava realmente correto.

Quando o assunto era só trombose, por mais que o diálogo com os médicos fosse ruim, sabíamos que o procedimento era adequado, pela experiência de 13 anos antes. Com a embolia, era tudo novo.

Pra avisar a família, um áudio no WhatsApp já estava disponível antes de todos acordarem. É óbvio que a preocupação aumentou. É óbvio que todos queriam ajudar de alguma maneira e saber se estava realmente bem. É difícil dar garantias de que tudo está sob controle numa condição tão imprevisível como essa, mas a razão falava mais alto nessas horas: temos que resolver isso, uma coisa de cada vez.

E assim os dias aumentavam naquela cama, sem uma data definida para ir embora. O que sabíamos é que eu não poderia sair da cama, nem para ir ao banheiro (algo que fiz nos dois primeiros dias e fui proibida) e que as duas injeções diárias continuariam até completar, no mínimo, uma semana.

O restante da viagem foi abortado. Não havia mais pique nem animação para turistar, mesmo Japão sendo um país dos sonhos. Ficaria pra próxima.

Questões burocráticas também começaram a surgir, como o visto de permanência na China que estava prestes a vencer (assunto pra outra história). Foi preciso renová-lo junto ao governo, com direito à carta do hospital atestando a internação e tudo o mais.

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Remédios chineses e comida japonesa

Uma rotina foi criada. Além dos injeções de heparina por volta das 9 e das 20 horas e dos vários remédios (alguns puramente medicina chinesa), Adriano buscava comida na rua, três vezes por dia. Às vezes eram frutas, às vezes sushis, muito pão com tomate e sanduíches. Sabia que deveria evitar folhas verdes escuras (por causa da vitamina K) e pimentas, então o marido provava tudo que era diferente antes, para ter certeza que o tempero chinês não me faria mal.

O banho com água, inexistente, foi substituído por toalhas umedecidas. O cabelo, a certa altura, precisou de um vidro de condicionador e quase 3 horas de paciência do marido para ser desembaraçado. E não, não havia como enxaguá-lo. Ficou “condicionado” por alguns dias.

Distração? Li bastante no aplicativo do Kindle. Por conta do fuso horário de 11 horas, minhas manhãs (noites no Brasil) e meus fins de noite (manhãs no Brasil) eram os mais intensos, com parentes e amigos querendo notícias via WhatsApp. No resto do dia, enquanto o marido ia para o hotel tomar uma ducha ou resolver algo na rua, havia pouco a se fazer – a não ser dormir (meu sono era melhor durante o dia que à noite) e trabalhar.

Sim, o trabalho remoto continuou, apesar de os clientes da época serem muito, muito empáticos. Isso não era de todo ruim. Na real, ajudava a me distrair. O ruim mesmo era me manter deitada, com o laptop apoiado no edredom, e ficar nessa posição (ou tentar ficar) durante todo o tempo.

Com uma semana ali, confirmaram que eu sairia dentro de quatro dias. Em mais dois, trocariam as injeções pelo anticoagulante oral, que seria meu acompanhante por algum tempo (hoje sei que será para sempre). Eu já havia contatado meu médico no Brasil, o mesmo que cuidou de mim na primeira trombose, e agendado consulta assim que retornasse, recebendo orientações dele à distância.

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Enfim, hora de ir embora

28 de março de 2016, segunda-feira. Levantar daquela maca teve um gostinho especial. Teve tontura, é verdade, mas nada perto do bem-estar em sair dali. Deixei o hospital no início da tarde. Por ter chegado no período noturno, não tinha visto que ele era tão grande, superior a tudo o que teria acesso com meu plano de saúde no Brasil. Senti-me mais segura.

Retornamos para o hotel. Optamos por permanecer em Beijing até nosso voo de volta para São Paulo, dali a 13 dias. Ainda estava fraca, sentindo os efeitos da adaptação do corpo à nova medicação. Queria descansar de todo o baque e me preparar para a viagem de retorno, que exigia atenção.

De todas as coisas que deram errado, (ainda) dei muita sorte:

  1. Estava na capital da China. Se esse incidente tivesse ocorrido no interior do país, por onde já tínhamos passado e constatado a precariedade dos lugares, não consigo imaginar qual atendimento hospitalar teria recebido.
  2. Estava na China. É que, quando planejamos a viagem, a ideia era visitar ilhas das Filipinas naquele período. Ou seja, havia um grande risco de a estrutura hospitalar ser mais precária.
  3. Tinha um seguro de saúde que nos salvou (falo disso num outro momento, mas eles arcaram com todas as despesas que tivemos).
  4. Não estava sozinha. Ter o marido ao lado foi fundamental para conduzir tudo, além de me amparar em todos os momentos. Com o emocional abalado, é muito importante ter alguém para resolver coisas minúsculas ou grandes – e ele fez tudo isso. Também tive apoio da família, à distância, e até de gente que não conhecia, que se mostrou pronta a ajudar – um conforto para a cabeça e a alma.
  5. O voo era na classe business. Das mais de 30 viagens que já fizemos, foi a primeira vez que não viajamos na classe econômica. Eu não precisaria ficar com as pernas para baixo (posição péssima para minha condição) na viagem de volta.

E eu, que sempre fecho a cara (literalmente!) quando uma viagem acaba, queria muito chegar ao Brasil. Ainda não sei o porquê: estava sendo bem atendida, estava amparada pelo marido, estava segura com os tratamentos, estava com tudo encaminhado.

A única resposta que me ocorreu nesse tempo todo foi estar em busca de aconchego: o aconchego do abraço da família e dos amigos, que nunca pareceram tão gostosos nestes 40 anos de vida.

11 de abril de 2016. Desembarco em São Paulo, cansada pelas mais de 30 horas até chegar em casa. E aliviada, por tudo ter dado certo, mesmo com a trombose em dois pontos (batata da perna e virilha) e a embolia que atingiu os dois pulmões. Mais que isso, pronta para enfrentar o tratamento (longo, bem longo) e transformar esse mês e meio na China em mais uma história com final feliz nessa nossa #vidawireless.

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