Trabalhar e viajar ao mesmo tempo dá certo?

Para começar a conversa, imagine o fluxo de trabalho de quem opta pelo home office. Nada de enfrentar trânsito até a empresa, passar 7, 8, 9 horas dentro de uma sala fechada, voltar e começar tudo de novo no dia seguinte. Toda a rotina é feita, administrada e resolvida remotamente – via chat no Facebook, WhatsApp, e-mails ou telefonemas, sem nenhum contato presencial, certo?

Agora responda: que diferença faz essa pessoa estar no seu apartamento em São Paulo, numa cafeteria em Porto Alegre, num parque em Londres ou num coworking no Japão, desde que dê conta do que precisa entregar? Nenhuma!!! Isso quer dizer que, se você pode fazer tudo a partir do seu cafofo, pode seguir a mesma logística enquanto viaja pelo mundo.

A verdade é que essa flexibilidade, ou melhor, essa ~liberdade~ que o trabalho remoto oferece pode ser aproveitada para conhecer diferentes cantos. Mas não é muita gente faz isso – às vezes até por desconhecer as possibilidades.

Para tudo funcionar, bastam poucas variáveis: planejamento, tecnologia e comprometimento.

Se você sonha em botar o pé na estrada, mas precisa gerar renda enquanto roda por aí, precisa levar em conta essas três palavrinhas aí de cima. Não sabe por onde começar? Listamos abaixo algumas questões que podem te ajudar.

Reserve mais tempo de viagem. Enquanto organiza seu roteiro, programe mais dias que um turista “normal” reservaria para conhecer o lugar. É que parte do tempo será consumido com o trabalho, então vai precisar de uma agenda mais relaxada para poder turistar. Uma conta básica é calcular pelo menos 50% a 60% de dias a mais. Falamos mais aqui sobre como calcular quanto ficar num destino.

Opte por destinos baratos. Claro que a vontade é desbravar cada cantinho do mundo, mas alguns deles são extremamente caros e inviáveis para quem tem um cronograma de viagem maior (não entendeu, releia o item acima). Se você sabe que precisará dedicar boa parte da sua agenda para um trabalho, considere visitar cidades mais “baratas”, que têm um custo de vida menor – hotéis e pousadas mais em conta, alimentação com preços ok e por aí vai.

Escolha hospedagem com seu perfil. Nem sempre um hotel ou pousada convencional serve para quem precisa trabalhar enquanto viaja. O lugar tem de oferecer um mínimo de estrutura, principalmente acesso à internet (se você não quiser bancar 3G/ 4G em tempo integral), além de um conforto básico – e uma mesa no quarto para chamar de sua. Se não quiser cair em roubada, sempre leia os reviews de quem se hospedou anteriormente, observando o que falam sobre a qualidade do wi-fi. E observe bem as fotos para não ter nenhuma surpresa desagradável. Ah! Optar pela economia colaborativa e alugar imóveis dos próprios donos (Airbnbs da vida) é sinônimo de mais economia, pois permite que se cozinhe em casa.

Siga os moradores locais. Por mais que você queira conhecer a hamburgueria famosinha que viu num guia ou experimentar tudo que vir de diferente nos 7-Elevens do caminho, vai precisar controlar a carteira para não se enforcar no primeiro destino, não é? Dica certeira para não esvaziar o bolso de uma vez é seguir os hábitos dos locais. Procure praças de alimentação de shoppings e restaurantes frequentados por quem mora no lugar. Vá ao supermercado – não nos preparados para turistas e, sim, os usados pela população dali – e compre produtos do dia a dia deles. Faz toda a diferença $$.

Busque lugares agradáveis para trabalhar. Do mesmo jeito que recorremos aos reviews para escolher hospedagem, também usamos aplicativos como Fousquare e TripAdvisor para identificar cafeterias, restaurantes, coworkings ou outros espaços bons para a sessão trampo. Mais uma vez atente às avaliações. Elas são o melhor indicativo do que encontrará pela frente. Em Escritório do Dia compartilhamos muitas experiências (e dicas) do que já vivemos.

Descontrua seus horários. Em vez de ficar trabalhando 7, 8 horas diretas, em horário comercial, como acontece nas empresas (o chamado horário comercial), trabalhe por “etapas”. Ou seja, dedique-se 2 ou 3 horas pela manhã, dê um tempo e ande pela cidade. Reserve mais 3 ou 4 horas da tarde, passeie mais um pouco e, à noite, no hotel (ou no restaurante, no coworking ou onde quiser), conclua o ciclo do dia. No fim das contas, terá dedicado a mesma quantidade de horas, de uma forma muito mais prazerosa.

Invista em bons aparelhos e em conexão. Muito do que precisará ser feito pode ser resolvido através de um smartphone. Por isso é fundamental ter um aparelho que jamais te deixe na mão. Outra coisa: conexão 3G/ 4G também é indispensável – não dá para contar apenas com o wi-fi disponível na hospedagem e na rua, né? Nossa recomendação é, tão logo chegar em novo destino, comprar um chip com pacote de dados em alguma operadora local, o que nos garante conexão em tempo integral.

Primeiro o trabalho, depois a diversão. Se quer que esse ciclo seja constante, que seus contratantes confiem em você  e no seu trabalho e ofereçam novas oportunidades, tenha em mente que seu comprometimento deve ser impecável. Se precisar cancelar um passeio por conta de um projeto, cancele-o. Se precisar voltar pra casa mais cedo, volte. Se precisar trocar a tarde no parque por um chá de cadeira com laptop no hotel, troque. Seja comprometido, dedicado e disciplinado – falaremos disso em breve. Lembre-se de que é esse job pagará a conta dessa e das próximas viagens. E tudo o que você quer é continuar viajando, não é mesmo?

Foto: Garry Knight | flickr | creative commons

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