Você já saiu da sua zona de conforto hoje?

Dizem que deixar a zona de conforto exige uma certa dose de coragem, mas se pararmos para pensar, ultrapassamos essa linha imaginária mais vezes que nos damos conta. “Não percebemos, mas sempre fomos obrigados a mudar ou sair de nossa zona de conforto várias vezes em nossas vidas, por mais que a gente resista. A mudança é um fato. Ninguém passa a vida inteira sem encontrar dificuldades”, argumenta Rômulo Machado, diretor regional da De Bernt, que atua no aconselhamento de profissionais em transição de carreira.

É o que acontece quando entramos na adolescência, passamos no vestibular e começamos a faculdade, quando nos graduamos, arrumamos o primeiro emprego, casamos, temos filhos ou trocamos de casa, por exemplo. Todas essas situações provocam mudanças grandes no nosso dia a dia, certo?

Há outras ainda, como lembra Rômulo Machado: os ajustes necessários no dia a dia por causa da tecnologia, o surgimento de um novo concorrente, criação de novas leis e outras situações que afetam a profissão e influenciam diretamente nossas vidas, pessoal e profissional. Ou seja, sem perceber, estamos constantemente saindo da zona de conforto.

Mas a verdade é que a grande maioria das pessoas, por natureza, evita fugir do que está acostumado, uma vez que gera incerteza e demanda trabalho. “Isso exige mais esforço e lhe expõe ao risco e, por isso, vem o medo de perda ou em falhar em alguma situação”, comenta o diretor. Gostamos da segurança da rotina, de saber o que vai acontecer no próximo passo. Só não podemos esquecer de que essa segurança pode nos limitar, tanto como pessoas quanto como profissionais.

Você está preso na sua zona de conforto?

Se você faz parte do grupo que precisa de estabilidade para ser feliz, tudo bem! Não existe certo ou errado em determinadas opções particulares. Mas se, ao contrário, tem necessidade por uma busca constante pelo novo e está se sentido insatisfeito, aí é hora de fazer uma autoavaliação e descobrir o que está incomodando para, então, transformar a inquietude em ação.

Confesso que, por aqui, a insatisfação se prolongou por mais tempo do que deveria, graças ao comodismo dos benefícios que a vida corporativa garantia todo santo mês. Tudo mudou quando um corte de equipe forçou a saída da zona de conforto e não havia o que fazer, a não ser aproveitar a oportunidade de agir diante do cenário. Sim: algumas mudanças são mais abruptas, de uma hora pra outra, sem seguirem o fluxo natural ou a nossa vontade.

Tenho certeza de que, para mim, sair da zona de conforto, mesmo forçada, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. Fui atrás do sonho antigo de trabalhar por conta, de uma maneira diferente. E deu certo. É justamente como uma pessoa se comporta quando se depara com tal situação que vai fazer a diferença. Rômulo Machado lembra o lado bom de você abrir mão da zona de conforto:

  • Satisfação pessoal. É o prazer de fazer algo diferente e da descoberta . “Realizar algo novo por suas próprias pernas pode lhe dar um enorme prazer de realização”, opina.
  • Vencer o medo. Muitas vezes deixamos de arriscar por receio de errar ou falhar, mas à medida que tentamos e conseguimos fazer algo que nos parecia, a princípio, impossível, vem a sensação de que somos capazes de superar qualquer desafio.
  • Desenvolvimento/ crescimento pessoal. Sim, há um salto no autoconhecimento e, por consequência, melhoria de vida. “À medida que superamos obstáculos, pode ter certeza que vamos subir um degrau em nossa evolução”, lembra o especialista.
  • Melhora da autoconfiança. Se conseguimos fazer algo impensável anteriormente, é sinal de que podemos tentar de novo. “Como tivemos uma experiência positiva, ela pode se repetir”, pontua.

Que tal experimentar um pouco sair da sua zona de conforto? Pedimos ajuda ao diretor da Bernt nesta tarefa, que sugeriu alguns passos. Mas, antes, avalie seus objetivos de vida. Pense no que faria sentido experimentar, no que pode deixar você mais próximo de seu objetivo – e, consequentemente, estimulado para cumprir a tarefa.

  1. Vá a um lugares que nunca foi. Em um restaurante, por exemplo, peça um prato ou comida que nunca experimentou,
  2. Assuma pequenos riscos: viajar para um lugar inusitado ou viajar sozinho é uma opção. E nessas ocasiões, tente conversar com pessoas com opiniões e visões diferentes.
  3. Aprenda uma habilidade nova. Pode ser nadar, tocar um instrumento musical, falar uma nova língua. Aproveite para fazer aquele curso que você só cogitava, mas não tinha certeza se deveria frequentá-lo.
  4. Mude seu aparelho celular para outro com sistema operacional que você não domina. “O desconforto será imenso no início, mas logo a gente se acostuma e voltamos à rotina”, lembra Rômulo Machado.
  5. Procure um outro emprego ou experimente uma nova perspectiva profissional, como o trabalho remoto. E sempre mantenha seu currículo e portfólios atualizados. “Atualize todos os anos. Se um dia você perceber que não mudou nada, fique atento: você deixou de aprender coisas novas e isto é uma indicativo que possa estar em uma zona de conforto”, aponta o diretor.

(foto: JD Hancock | flickr | creative common)

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