Você sabe quanto cobrar pelo seu trabalho?

Ser autônomo e trabalhar de forma remota, sem qualquer vínculo empregatício ou contratos longos, exige muito planejamento financeiro – um bicho de sete cabeças para muitas pessoas. Não à toa, tem bastante gente que faz de tudo para equilibrar as contas no fim do mês, acaba se endividando e até desistindo de um sonho, por não conseguir ordenar essa parte da vida.

Há, também, quem aceite valores incompatíveis com seu conhecimento e experiência, muitas vezes por não saber como calcular ou melhor, precificar seu trabalho. Resgatei uma das conversas do curso Vida Wireless que rolou sete anos atrás – é, gente, muito tempo nesse lifestyle! -, que acredito ser a melhor forma de chegar a um valor para um job pontual e/ou prestação de serviços mensal.

‘Bora lá:

• Primeiramente, considere quanto gostaria de ganhar (o valor líquido, tá?) por mês e divida por 22, referência aos dias úteis mensais. Este será o valor do seu dia.

• Depois, pense quantas horas vai trabalhar por dia? Aqui, é sinceridade pura: considere dedicação plena, com foco e disciplina, sem distrações e procrastinação. Definidas as horas, divida o valor do seu dia (primeira conta) pela quantidade de horas a serem trabalhadas. Esse é o valor da sua hora de trabalho e sua principal referência para tudo..

• Pense lá: quantas horas você precisa para executar o projeto em questão? É algo que pede duas horinhas diárias? Toma o dia inteiro? Multiplique esse total pelo valor da sua hora.

• Ao resultado, lembre-se de incluir impostos + custos operacionais (aluguel, condomínio, internet, energia elétrica, equipamento etc) + custos de benefícios corporativos que abriu mão ao adotar a vida remota (férias, plano de saúde, previdência, vale-refeição, transporte etc). Para chegar a esses custos agregados, uma sugestão é calcular qual é o valor/ dia de cada item., uma conta que você deve repetir com alguma frequência, considerando aumentos que ocorrem no período. Por exemplo: divida o custo do condomínio mensal do seu prédio por 30 dias. Digamos que o resultado seja Y. Se você chegou à conclusão que seu projeto irá levar 3 dias de trabalho, some ao orçamento o valor de 3 Ys, que quer dizer 3 dias de condomínio. É o custo operacional desse ítem. Deve-se fazer o mesmo com cada gasto fixo que permeia a vida remota e autônoma, até chegar ao valor final.

Resolvi trazer pra cá, pois aprendi algo que complementa essa lógica, na disciplina “Marketing para executivos”, do mestrado de Marketing Digital na Must University – aulas remotas, alinhadas com a proposta de #vidawireless, aliás.

Um dos temas era “gestão de serviços”. O foco, ali, é marketing digital, abordando “ações intangíveis que envolvem quem oferta e quem recebe o serviço”, podendo (ou não) estar ligada a um produto à venda. Apesar da distinção, penso que tem tudo a ver com o raciocínio que deve ser adotado para precificar um trampo – e ser repetido inúmeras vezes por quem não se dá o devido valor, porque, sim, há muitos que pensam isso.

Dentro da lógica ensinada, os serviços apresentam quatro características que afetam a elaboração de programas de marketing: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade. Destrinchando e exemplificando melhor:

  • Intangibilidade significa que serviços não podem ser estocados, tocados ou provados antes de serem adquiridos. Isso faz um consumidor (cliente, no nosso caso) ter receio de contratar algo. Porém, quando são agregadas evidências que comprovem a experiência e o conhecimento do profissional (portfólio/ site pessoal, lista de clientes atendidos e até LinkedIn atualizado), isso faz diferença aos olhos do potencial cliente, que dá uma carta de confiança.
  • Inseparabilidade faz referência ao fato de que serviços são produzidos e consumidos simultaneamente e não há como separar quem presta o serviço de quem o recebe. Quer dizer, a pessoa encarregada de prestar o serviço é parte dele, e isso vale para profissionais liberais em geral, como comunicadores, advogados, médicos etc..
  • Variabilidade quer dizer que serviços são realizados por diferentes pessoas, em diferentes locais e períodos e, por isso, tendem a ser altamente variáveis – o que envolve qualidade e, é claro, preço. Empresas investem em bons processos de contratação e capacitação dos funcionários para controlar essa variabilidade. Com profissionais autônomos, acredito que tal percepção parta da autovalorização e na autocapacitação, buscando atualizações constantes e agregando novos conhecimentos. Faço isso com a formação em Marketing Digital, por exemplo.
  • Perecibilidade lembra que serviços não podem ser substituídos, trocados, pois foram executados conforme solicitado. Um exemplo dado na aula é bem esclarecedor: se alguém compra uma passagem para o Rio de Janeiro, com horário de saída às 8, mas chegar às 8h30, não conseguirá mais embarcar. A empresa, por sua vez, não vendeu o lugar que estava disponível para esse alguém. A mesma lógica pode ser aplicada: enquanto desenvolvo um serviço para alguém, não posso assumir outro que consuma o mesmo tempo. Assim, não há justificativa para o não pagamento pelo job, se ele foi executado conforme as definições prévias. Por mais que a demanda de serviço oscile, um jeito de se prevenir é receber 50% do valor definido antes e o restante, ao final da entrega.

Quem ficar curioso e quiser mais informações sobre os programas de mestrados oferecidos pela instituição, tem um formulário de contato nesse link aqui, próprio para quem acompanha o Vida Wireless.

Ah, sobre o reconhecimento do diploma no Brasil, importante saber:

* O diploma pode eventualmente (a requerimento do interessado) ser reconhecido no Brasil após realizado processo regular para tanto na forma disposta na legislação brasileira, em especial a Resolução CNE/CES 1/2022. Diário Oficial da União, Brasília, publicado em 26 de julho de 2022.

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