Trabalho remoto funciona bem para quem estuda no exterior

A lista de prós do trabalho remoto é grande. Poder administrar sua vida pessoal e sua agenda profissional, livre de limitações de tempo e de espaço, é uma das maiores vantagens. Você pode, por exemplo, concretizar aquele projeto de estudar fora do país, sem abandonar sua carreira e/ ou ter de se encaixar no mercado local.

É o que acontece com a jornalista Bruna Borelli, que presta serviços de produção, consultoria e edição de conteúdo para empresas brasileiras, enquanto conclui o mestrado em Estudos Culturais na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Antes da temporada em Portugal, Bruna já trabalhava remotamente em São Paulo. A diferença é que, agora, além de dividir seu tempo com trabalho e vida pessoal, como acontecia anteiormente, precisa encaixar os estudos nas 24 horas do dia. “É um grande desafio!”, admite.

O fato de estar numa cidade tranquila ajuda bastante. A rotina na capital lusa é bem menos estressante que a antiga, na capital paulista. “Tenho muita qualidade de vida aqui e isso ajuda bastante a me deixar mais criativa, entusiasmada e, claro, ter mais horas nos dias para dar conta de tudo”, diz.

Algo que Bruna gosta é separar os espaços de trabalho e estudo, pois acredita que criar ambientes ou rotinas para funções distintas acarretam produtividade. “Para trabalhar, eu prefiro a minha casa ou cafés, ou seja, lugares mais dinâmicos. Já para estudar, prefiro as bibliotecas, porque a literatura acadêmica exige de mim muita concentração e silêncio”, exemplifica.

Para ela, essa separação na agenda diária acaba sendo uma forma interessante – e eficaz! – de mudar o estado de espírito necessário para determinada função ou criar fluxos que impulsionem a criatividade.

Quer estudar fora e trabalhar remotamente?

Para quem também tem o sonho de fazer um curso no exterior e não quer/ não pode deixar de atuar profissionalmente, Bruna lembra a necessidade de ser organizado e ter uma rotina produtiva. “Isso é realmente importante quando você trabalha remotamente, para não acabar trabalhando até de madrugada ou nos fins de semana “, pontua.

Estando longe, é bom deixar uma procuração com familiares e outras documentações adiantadas para não ter problemas para receber pagamentos referentes ao trabalho. “Também ajuda bastante se você tiver um gerente de banco que consiga te auxiliar rapidamente com as burocracias financeiras, porque geralmente é bem chato manter conta em banco fora do país em que mora”, reconhece.

As dicas acima valem para qualquer profissão. Falando especificamente sobre jornalismo, Bruna conta que pode ser mais difícil conseguir novos jobs, já que ainda há contratantes que exigem presença na redação/ agência e será necessário um esforço extra para convencê-los sobre a eficácia do trabalho remoto.

“Pode nem fazer tanta diferença você estar no local, só que algumas pessoas sentem-se mais seguras podendo ‘monitorar’ o profissional de pertinho. Mas acho que é algo que está mudando cada vez mais – ainda bem!”, comenta.

Pela mesma razão, quem mora fora do País precisa de um esforço adicionar para o networking. “A distância na hora de fazer novos contatos profissionais, algo bastante importante pra quem trabalha no nosso meio, acaba sendo outro obstáculo”, conclui.

(foto: arquivo pessoal)

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